quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

DONA NEÓ E SUAS RAÍZES HEREDITÁRIAS

Neste texto, mostraremos um pouco da vida de Dona Neó, moradora tradicional de Marechal Thaumaturgo,e que formou uma das mais tradicionais e respeitadas famílias deste Município.

Minha avó nasceu no Ceará, na época em que existia pouca mulher, quando tinha alguma comemorações dançava homem com homem. Ela foi encomendada para casar, quando passou por cruzeiro do sul só existia uns tapirir perto da boca do moa, vieram   para Thaumaturgo  começar uma nova jornada em sua vida, dai saiu sua família, ela era uma mulher determinada sabia fazer de tudo, até caçar e pescar. Já dona Neo nasceu em Marechal Thaumaturgo em 1940 tendo hoje 75 anos, onde também construiu família casando na igreja. Conheci todos os primeiros moradores de Marechal, alguns eram da minha família, tinha também uma professora que era minha madrinha que foi uma das primeiras professoras que teve por aqui, foi com ela que estudei o primeiro ano adiantado. O ensino de antigamente era diferente do de hoje, porque a professora dentro da sala de aula era considerada a mãe, se o aluno fizesse alguma coisa de errado ele era castigado, era um ensino que quem queria aprender aprendia mesmo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Viagem dos Pesadelos


foto de Ronilson vale 
O primeiro casso  que contaremos,  aconteceu em janeiro de  2011, período festivo em Marechal Thaumaturgo, vindo de uma sequencias de festas de fim de ano, o município de Marechal Thaumaturgo dar continuidade com o novenário em honra ao padroeiro da cidade, São Sebastião, festa religiosa das mais tradicionais  do estado, se não a maior, mas não  deixa de ser econômica e de folia  para alguns, pois reúne pessoas de vários lugares do Estado, para muitos a principal data comemorativa do municípios, sendo até mesmo mais aguardada do que as comemorações cívicas  de comemoração ao aniversário da cidade que ocorre dia 05 de novembro. 
  
 A história aqui narrada foi vivida por 3 jovens amigos: Manoel Inácio  ( que conta a historia ), Amarilho   Coutinho (amigo pra todas as horas ) e pitibu ( filho do dono do barco )  
-  La pelo dia 15 de janeiro meu pai pediu pra mim ir buscar uns 3 bois que ele tinha comprado na Vila Foz Do Breu, justamente pra vender e gastar o dinheiro no novenário, acredito eu , ele alugou um barco grande mas o mesmo não tinha toldo, junto com o barco veio  também o filho do dono, acho que na época tinha uns 17 anos, eu fiquei responsável por consegui mais uma pessoas pra ir comigo  que o pai pagava. Até ai tudo bem, se saiamos dia 15 a viagem possivelmente duraria uns três  dias  , um pra ir , outro pegar os animais e sair do Breu no dia seguinte chegávamos lá pelo dia 18  na cidade, na data boa pra festejar , olha o pensamento de um jovens de 21 anos que eu tinha na época.
Ai pensei chamar meu amigão de luta de escola e comissão de formatura  oo ensino médio amarilho Coutinho, por que ele  topa tudo, não costuma enjeitar trampo, dito e feito topou na hora .
Compramos a alimentação planejando pra 3 dias, tudo compro, diesel, comida, palhetas, cordas; saiamos da cidade chegamos no dia seguinte na comunidade, o seja, já pouco atrasado de acordo com o planejado feito, chegando lá o dono do gado não estava, não deu de pegar o gado todo no mesmo dia, era 3 que íamos trazer, já no dia 17 conseguimos concluir o embarque do gado, como a também já  tinha acabado a comida, mas o problema não erra só esse. Nenhum de nós 3 tínhamos costumes neste serviço, e o barco estava bem lotado e os animais se mexiam muito, mesmo estando bem amarrados com cabos bem curto pra dificultar a movimentação. Saímos da comunidade dia 18 cedo mais dois primos meus que morava em uma comunidade abaixo próximo da Foz do Caipora. Chegando lá fizemos um encosto do barco para os primos saírem e também tentar conseguir algo para levar de comida na viagem, o porto ficava  em um pé de barranco em meio ao poço bem fundo, siamos todos do barco tudo  seria bem rápido, quando subi, falei uma farinha a minha tia ai menina gritou ``` olha o boi `` quando olhei pro rio o barco a estava findando pois, quando saiamos ficou desigual o nível do peso além da movimentação que os bois fizeram atrás de se soltar. Nessa hora só pequei um terçado que tinha no trapiche, desci o barranco na carreira, parecia um canguru saltitante, só pensava em soltar os animais para que não morressem afogado, mas estavam presos por cordas amaradas  no fundo do batelão  e cercada por madeira bem juntas, dificultando  a movimentação dos mesmo pra os lados, ou seja , fizemos o máximo pra evitar que eles se mexesse.  Voltando pra alagação do barco. Ao chegar só pulei na água e mergulhei   com o terçado dentro  do barco com os animais se batendo o máximo que podiam, todos se afogando. Uma sena triste, a minha intenção era cortar as cordas, como sabia onde estava amarradas fui direto debaixo d’água em meio ao pó de serra que colocado antes dentro do barco, pó esse que nem percebi na hora, consegui corta de dois a tempo com ajuda dos meninos que puxaram para terra firme ,mas um não foi possível salvar todos morreu 1 na hora, como também, toda nossa roupa  e motor molhou,  mas o motor  não saiu da poupa do barco graças a Deus. Foi maior  alvoroços na hora. Depois fiquei pensando como não levei uns coisos dos bois, sai só com aranhões de pregos que seguravam a madeira dos cercados.
 tudo molhado, a gente sem roupa enxuta, sem isqueiro , sem comida e sem barco e motor pra vim pra cidade, e pra completar com um boi morto na pedra, tudo isso ainda umas 9 horas da manhã .
como nenhum de nós é de  muito de reclamar muito e se lamentar das coisas, decidi procurar uma canoa emprestada com o motor pra gente vi trazer o boi morto e deixar os outros lá, ai quando voltassem pra pegar a baleira a gente levava os outros , isso se sobrevivessem a pois tomaram muita água com pó de serra  pelo nariz atingindo o pulmão deles essa madeira, o que morreu na hora estava assim, então imagino que os outros também.
Então desci de remo até a Foz Do Caipora a procura de canoa e motor mais rápido, para que padecemos chegar no mesmo dia na cidade. Isso sem nem lembrar que era época de novenário, onde  a maioria das famílias do interior vem pra cidade e como o único transporte é de barco, as comunidades ficam bem difícil de encontrar  o que estávamos á procurar. Enquanto isso, os outros meninos ficaram tirando a baleira do fundo do rio e motor como também tratando o boi morto.
Quando cheguei na comunidade, a qual já conhecia muita gente não foi tão difícil o contato, como estávamos em uma situação merecedora de lamentos, pensei!   A vai ser fácil encontrar alguém generoso pra nos ajudar, só que não! engano  meu. Quase não encontro alguém que fizesse isso, mas consegui depois de muito tempo, por que quase ninguém estava na comunidade, e também os chefes não estava em casa e não podia ficar  sem barco na comunidade.  Mas consegui uma canoa que cabia nosso motor que por sinal estava funcionando, como consegui também alguém que não lembro os nomes agora, pra ir mim deixar de volta na casa da minha tia, claro que prometi uns quilos de carne, já  que não tinha dinheiro né.
Então, tudo resolvido, tinha canoa motor então podíamos seguir viagem, mas agora só com um boi e morto por sinal dentro da canoa, mas todo nós molhados, não lembro mas acho que quando cheguei os meninos a tinha ajeitado o motor e o boi até assado carne pra gente comer isso a lá pra 13:00, 14:00   horas da, ajeitamos tudo e se mandamos de rio abaixo, contando que dia 21 voltávamos pra pegar o barco e os bois que tinha ficado e devolver a canoa alheia. Quando íamos passando pelo porto do dono da canoa alguém chama, a o pensamento era não encostar em lugar nenhum já que a carne poderia arruinar  e íamos já chegar a noite. Mas o moço chamou, pensamos, tá vamos ver o que querem,  e queria mesmo algo, e era na verdade  a canoa de volta, não dava mais de emprestar pra gente, o motivo não lembro, e nem quero lembrar !!. Ai fudeu nessa hora. Estávamos pior ainda que antes, só com o motor e um boi morto sem fogo, nem nada pra comer, sem expectativa de melhorar.
Saiamos descendo casa por casa a procura de uma canoa, até que um funcionário do Sr. Otave Nonato consegui pra gente uma canoa que mais parecia uma peneira no fundo, muito pequena pra o nosso motor que era um yamaha de 5, grande pesado e com pouca força. Era a única opção que tinha. Não pensamos duas vezes. Serve! Um pega timão e os outros tira a água, assim fizemos, saiamos da Foz do Caipora lá para as   4:00 horas da tarde com intenção de chegar ainda naquele dia 19 em Thaumaturgo, não mas devido a folia mas sim pelo prejuízo de perder um boi de mais de 150 kg de carne, que nem nosso era. Estávamos a decidido a viajar à noite, todos nós sem lamentar ou mesmo reclamar de nada, CABRA MACHO, tínhamos uma lanterna, quer dizer acho que tínhamos, não lembro bem nem da onde tiremos a mesma.
Daí viemos, quando já perto de escurecer o motor começou a perde força, não permanecia mais acelerado, mesmo com a chave de força no máximo, ai viemos assim bem devagar, até a lanterna se molhar  e não prestar mais. Nessa peleja mesmo sem conhecer o rio bem, no escuro, canoa quase alagando, no escuro debaixo de chuva motor sem força e no escuro  viajamos até 09:00 horas da noite, porque o motor parrou e não pegou mais.
Encostamos fizemos calos nos dedo de manicar o yamaha  e nada!! A única opção era dormi ali na praia. Mas estávamos com mais alguns problemas,  já mais de 9 horas, sem saber onde estávamos, sem roupa enxuta, sem comida, sem ter onde dormi além da areia, a canoa não podia ficar toda na água que alagava devido as brechas, mas não podia ficar muito na praia também,  por quer o rio poderia vazar e a gente não tirar no dia seguinte, pra melhora, só que não , começou a chover e forte. Daí quebramos uns louros colocamos na areia perto uns dos outros fizemos  3 camas, ficamos revezando durante a noite quem ia tirar a agua da canoa.
Ao amanhecer, levantamos com muita fome por sinal, desci de pé pela praia atrás de uma casa e os meninos ficaram tentando arrumar as coisa,  o motor na verdade.! Logo avistei uma casa fui até lá ataquei logo o pé de jambre que estava tudo verde ainda. Ai  o Sr.  Da casa disse que estávamos na comunidade Acuriar, pedi pra ele vim deixar a gente na cidade mas o seu motor pra nosso azar estava com timão quebrado, mas eles fiz uma gambiarra lá com uma tabua e trouxe nós até mais em baixo onde tinha um mecânico pra ajeitar o nosso, chegamos lá na casa do mecânico a notícia boa ! ele estava caçando . Mas tinha um moço, o Bé, esse lembro o nome, kkkkk , que arranjou umas chaves por lá e consegui  ajeitar o nosso motor , parece que era uma tal de vareta , coisa rápida de arrumar. Daí viemos embora isso já pra 9 horas da manhã 24 horas depois do alagamento.

Resumindo, chegamos na cidade dia 20 as 10;47 Horas, último dia de novenário, a carne não prestou mais, os dois bois que ficaram na comunidade um foi vendido por lá mesmo pra pagar conta, o outro estava mexendo em roçado alheio , foi morto também, mas pelo dono do roçado ou seja perdemos também. As canoas foi devolvida meses depois , até mesmo por que o dono quase não usava mais mesmo..  prejuízo total, e sacrifício, mas lembrando disso só mim dar vontade de rir, sem contar que na época aquilo pra mim era normal , tipo : HÁ faz parte da vida !!!  Pra completar fui  sair durante a noite na  última noite de novena com a namorada, antes mesmo de chegar na praça já tivemos um desentendimento e fomos pra casa. Daí pra car não lembro de ter saído ainda não em época de novenário pra se divertir. Mas Foi legal a experiência, Mas acho que o Pitbúl  e o Amarilho Coutinho não dizem o mesmo.

AMARILHO COUTINHO 

IMAGEM DO GLOBO RURAL 
FOTO DO JORNAL A TRIBUNA DO JURUÁ - BALIEIRA SEM TOLDO 

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